Maio Laranja acabou, mas a campanha continua.

Prefeitura Municipal de Ibiassucê, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e o Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), realizaram durante todo o mês de maio, que é conhecido como “Maio Laranja”, inúmeras campanhas de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, data determinada oficialmente pela Lei 9.970/2000. “Art. 1º. Fica instituído o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.” A campanha também teve apoio e parceria do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), da Equipe de Proteção Social Especial (PSE) e do Conselho Tutelar.

No dia 18 de maio, dia oficial da campanha, conhecida como “Faça Bonito”, foi realizada uma intervenção na Praça Guri Diniz, colocando 31 flores representando crianças e adolescentes que foram abusadas sexualmente no município, entre os anos de 2011 – 2021. O objetivo da intervenção foi chamar atenção da população que passavam pela praça, para denunciar os abusos cometidos com crianças e adolescentes.

A Coordenadora do Cras, Graziela Pinheiro, explicas que, diariamente crianças e adolescentes são expostos a diversas formas de violência nos diversos ambientes por eles frequentados. “ Dessa forma, a família, a sociedade e o poder público, devem ser envolvidos na discussão e nas atividades propostas em relação à prevenção ao abuso e exploração sexual, alertando principalmente que as vítimas, em sua grande maioria, não têm a percepção do que é o abuso sexual, e o Cras estão  está aqui para alerta a cada cidadão de como proteger nossas crianças e adolescente, que estão vulneráveis nas mãos desses abusadores ou abusadoras, que em maioria das vezes estão morando com acrianças ou pessoas bem próximo da família” disse a coordenadora.

Também foram realizados vários vídeos, com apelo e falando da campanha, como proteger as crianças e adolescentes de possíveis abusadores, como identificá-los e como denunciar.

O mês foi finalizado com uma linda colaboração, dos participantes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo, do Grupo Tocando e Transformando, projeto desenvolvido pelo Cras, as crianças fizeram um apelo para que todos denunciem casos de violência sexual contra crianças e adolescente, através de paródia e desenhos voltados para a campanha. 

Como surgiu a campanha

Confiro a o vídeo explicando como tudo começou.

A campanha surgiu em memória à menina Araceli Crespo, então com 8 anos de idade, que foi sequestrada, violentada e assassinada em 18 de maio de 1973.

Ela foi drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. O caso foi tomando espaço na mídia. Mesmo com o trágico aparecimento de seu corpo, desfigurado por ácido, em uma movimentada rua da cidade de Vitória (ES), poucos foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio da sociedade capixaba acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.

 Os acusados, Paulo Helal e Dante de Brito Michelini, eram conhecidos na cidade pelas festas que promoviam em seus apartamentos e em um lugar, na praia de Canto, chamado Jardim dos Anjos. Também era conhecida a atração que nutriam por drogar e violentar meninas durante as festas. Paulo e Dantinho, como eram mais conhecidos, lideravam um grupo de viciados que costumava percorrer os colégios da cidade em busca de novas vítimas.

 A capital do estado era uma cidade marcada pela impunidade e pela corrupção. Ao contrário do que se esperava, a família da menina silenciou diante do crime. Sua mãe foi acusada de fornecer a droga para pessoas influentes da região, inclusive para os próprios assassinos.

Apesar da cobertura da mídia e do especial empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. Araceli só foi sepultada três anos depois. Sua morte ainda causa indignação e revolta.

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